Passei por isso algumas vezes em minha vida. A pior de todas foi marcar um encontro com uma amiga e, esse encontro não aconteceu porque Deus decidiu que a hora dela havia chegado.
E se despedir de alguém todos os dias, sabendo que sua hora está próxima ? Longe de ser uma dessas histórias melodramáticas que circulam nas redes sociais, gostaria de compartilhar a história do primo do meu marido, Tamer.
Da primeira vez que vim para cá meu marido me apresentou para os parentes mais próximos, e um deles foi o Tamer e sua esposa, Leila.
Do primo dele guardei essa impressão: um homem fino, educado, que parecia mais aqueles Condes dos filmes. Voz rouca e fala pausada. Me pareceu um francês ou suiço, e não um típico turco.
Sempre me tratou muito bem, nunca me tratou como uma "estrangeira ácefala". Sempre falou comigo de igual para igual.
A última vez que o vi com saúde foi num encontro com minhas amigas - estrangeiras de diversas nacionalidades, a maioria latina e uma amiga russa no meio. Estava lá, sentado com a família no restaurante do sogro. Sempre com aquele ar de nobre.
O câncer entrou em sua vida e, após quase 4 meses de luta, o levou. Levou-o um dia antes do seu aniversário.
Mesmo enquanto estava de cama estava tentando me pôr em contato com pessoas que possam me ajudar a entrar no mercado de trabalho. Mesmo quando ja estava indo, estava me ajudando e ajudando os outros.
Tamer deixa a esposa e a filha.
Meu marido o tinha como um "segundo Abi", e está sendo muito difícil para ele. Que Deus me dê forças para ampará-lo, e que Deus dê forças para a familia dele.
Penso na esposa que ficou, porque também tenho meu marido e sempre peço pra que Deus o proteja...
e penso na filha dela, que vai crescer sem a presença do pai.
Tamer, esteja onde estiver estou orando por você, para que Deus lhe dê um bom lugar porque você merece.
Peço para que orem por ele também. Deus abençoe todos.