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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Diga-me com quem andas...

Talvez algumas pessoas se perguntaram porque eu desativei o blog por uns tempos e, depois resolvi retomar as postagens mas sem manter contato com ninguém.

Sem expor os nomes (sem dar "os nomes aos bois", como se diz em nossa terra) gostaria de explanar sobre um conceito básico que nos é ensinado desde criança:


Não devemos falar com estranhos.


Isso não significa que sou uma pessoa anti-social, do tipo que nem dá as horas ou informação se me param na rua. Não, o caso não é esse. Ajudo e gosto de ajudar, mas ultimamente só tenho me dedicado a quem eu realmente conheço (ou pelo menos "a quem eu acredito conhecer").

O ponto (que vale a pena ser refletido por todo expatriado ou qualquer um que esteja em situação de solidão ou carência) ... o ponto é que abusaram da minha boa vontade por diversas vezes somente pelo fato de eu ser brasileira também (me refiro a compatriotas, ok?) que para evitar maiores problemas tomei essa decisão drástica.

Tenho amigos, graças a Deus. São de diversas nacionalidades, incluindo os turcos. E, acima de tudo tenho um marido, meu melhor amigo-companheiro-camarada-truta Mustafa, a quem devo respeitar e por antes de tudo, inclusive antes das palhaçadas a que me fizeram passar. 

Eu, por causa da minha boa vontade, meses atrás fui posta inclusive numa situação em que eu poderia responder criminalmente, por uma pessoa que inclusive dizia que me tinha como "uma irmã" e omitiu uma informação crucial enquanto usava meus "préstimos" de intérprete. E mesmo após tudo isso ainda saiu contando mentiras ao meu respeito.

Desculpa, mas isso foi a gota d'água tanto para mim, quanto para meu marido (que quando soube pôs a mão em sua própria testa e fez uma cara de espanto que nunca vira antes). Não, eu não vou matar meu santo marido do coração por causa de gente assim. Mas somente agora consigo falar sobre isso sem que isso me machuque.

Isso sem falar do povo que nem me conhece direito e que já tava se convidando para passar uma temporada aqui em casa. Mano, depois de ter visto de tudo nesses últimos tempos eu acho que vou pedir a "capivara" de quem entra aqui em casa, e consultar até a sétima geração daquela pessoa ... gente sem referência não entra mais aqui em casa não !

Tem muita gente boa nesse mundo, tem sim. Nisso eu tenho fé. Mas o fato de deixarmos nossos amigos em nossa terra natal e sofrermos com o isolamento do começo nos faz esquecer o princípio de "não falar com estranhos" e nos lançar às redes sociais numa busca por um "conterrâneo" que nos sirva de apoio para falar mal do sistema que não conhecemos, da relação com a sogra, das dificuldades que todos passamos quando nos vemos na situação de expatriados, estrangeiros ou E.T.'s. E é nesse momento que há o risco de nos envolvermos com quem não tem nada a ver com a gente, de confiar demais em ... desconhecidos! 

"Diga com quem andas ... " tanto faz se você chegou agora ou se mora aqui há 10 anos, sempre vale a pena ficarmos alertas para não entrarmos em fria.

Um beijo da Luci e desculpa encher a sua tela com meu desabafo.