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domingo, 24 de junho de 2012

Marta, essa é pra você !

Ano passado quando cheguei, em pleno verão, me surpreendi com várias coisas e dentre elas a vida selvagem que circunda minha casa.

A quantidade de jabutis circulando na estrada é absurda - e graças a Deus os motoristas param pra esperar a travessia dos bichinhos, que não é tão lenta assim.

Eu sou meio "ecoboba" desde criança, sempre devorei literatura cientifica de tudo o que falasse sobre vida selvagem. Morar aqui no meio da selva é como viver tudo o que eu li na minha juventude, só que ao vivo e a cores.

Ano passado fiz meu marido parar várias vezes o carro pra colocar os quelônios longe da estrada. Demos nomes pra alguns, de Marta e Wagner, um casal de amigos meus.

Uma delas chegamos a levar pra casa, eu coloquei um adesivo da bandeira do Brasil (pra saber se era a mesma quando visse novamente). Mas essa desapareceu. Outras apareceram no jardim de casa. E assim foi.

Uma logo cedo cruzou nosso caminho. Desci do carro e a molecada veio ajudar:

- Tia tem outra ali, se quiser pode colocar lá.

E fui seguindo o moleque. Me mostrou uma rocha no formato de jabuti.

- Muleke tu tá me tirando!

E saiu dando risada, mas agradecendo por eu gostar dos animais (hayvan - animais).

Na volta mais uma! Falei pro meu marido "vamos levar pra casa essa MARTA ?"

Desci do carro e descobri que a Marta estava mais pra Mike Tayson ou Serginho Chulapa ! Mano que o negócio envergou as patas traseira e dianteira do mesmo lado contra o casco espremendo meu dedo!

- Fia da puta! - gritei, tentando não deixa-la escapar.

Coloquei atrás do banco do passageiro e a bicha bufou e correu pra baixo do banco do motorista. Meu marido deu um pulo gritando (marido o que é isso, cadê sua masculinidade ??? ) acho que ela desviou e se assentou nos meus pés.

Fui segurando com o meu pé mas o negócio se virava igual o demônio e bufafa.


- Mas cada idéia que você tem Amor, pelo amor de Deus !
- Calma, já tamo chegando. - e segurando a bicha com o pé.

Pus no nosso canteirinho na varanda, ela já tava armando plano de fuga. Pus no jardim mas daí tinha o cachorro. Por fim o jardineiro chegou e deu ação de despejo pra Marta: as flores do jardim, as remanescentes do último ataque dos cachorros, seriam devoradas pelo quelônio.

E escutei os chiados do bicho quando voltou pra floresta.

Marta, eu já expliquei várias vezes que damos 3 nomes pra quelônios: cágado, tartaruga ou jabuti, dependendo do habitat. Mas meu marido só conhece por MARTA.

Bjo pra vcs