Há tempos vim pensando em como formular esse post, sem que sentimentos negativos permeassem seu conteúdo, sem destilar alguns esculachos às pessoas que por certo o merecem. Deixei o tempo e a raiva passar para começar a redigir esse texto.
Vou narrar uma situação hipotética para reflexão, dando continuidade na ideia principal deste post.
"Maria é paulistana casada com Raimundo, que é Cearense. Maria passou três anos no Ceará, absorvendo os costumes e cultura local, com o passar do tempo percebeu que estava falando com o sotaque local.
Maria decidiu escrever um blog "as aventuras de Maria no Ceará" contando sobre os lugares legais que visitou naquele maravilhoso estado, dando dicas de praias e pontos interessantes para serem visitados e outros para serem evitados.
Por razões do destino, Maria teve que se mudar com Raimundo para São Paulo, e agora é a vez de Raimundo se acostumar com a vida paulistana, os costumes, etc.
E daí começa a ser exibida uma novela na TV onde o cenário são os lugares mais turísticos e badalados do Ceará. E por conta disso Raimundo - um homem comum - adquiri popularidade no Facebook e semana sim semana não tem mulheres paulistanas querendo adicionar Raimundo, sem contexto nenhum, apenas "por amizade" como elas mesmas dizem.
FIM DA HISTORIA
Vamos lá. Raimundo poderia bem ser Mineiro, Gaúcho, Carioca....tanto faz. Mas Raimundo é Turco e se chama Mustafa. E a novela em questão é Mil e Uma Noites, que foi seguida pelo sucesso de audiência Fatmagül.
E qual o ponto X da história toda?
O fato do Mustafa ser Turco e não de outra nacionalidade tem atraído toda sorte de mulheres. Se estivessem interessadas em aulas de turco ou nossos serviços de tradução ou até encomendar algum produto da Joia do Oriente não me incomodariam. Mas elas na maior cara de pau ficam caçando assunto mesmo.
Fizemos um teste: meu marido postou uma foto bem zoada, com a barba por fazer. Pra ficar um completo mendigo só faltava o cachorrinho vira-latas do lado!
E mesmo assim teve gente (leia-se "mulheres") postando toda sorte de elogios do tipo "lindo" e suas variantes (até em espanhol).
Mulher direita sai elogiando um homem casado desconhecido?
Não, não faz.
Bem, eu nao faço isso... Quando muito um amigo por quem eu tenho respeito, e quando falo amigo digo alguém que de fato eu conheço, que já veio na minha casa ou que já tomou um guaraná comigo. Alguém que eu sei de fato que existe, que não é uma figurinha na tela do computador...
Me pergunto que anseios e lacunas da alma levam essas mulheres a saírem adicionando "na louca" Turcos (tanto faz se casados ou não) na esperança de terem um "Onur" aos seus pés como a Sherazade teve.
Algumas amigas relatam o mesmo. Leia o que contam:
"Uma amiga soltou até um EU TE AMO pro meu namorado. Sorte que ele é fiel e me replicou o post dela. Fui questioná-la e ela falou que não se importa se o Turco é comprometido ou não. Nossa, mas eu era amiga dela!"- conta Flávia*.
Outra amiga relata algo pior "uma periguete virtual chegou a enviar fotos dela só de calcinha e sutiã. Meu namorado tinha aceitado a solicitação de amizade dessa mulher porque me viu como contato em comum. Na verdade ela tinha conversado comigo tempo atrás por ter me achado num grupo de brasileiros & turcos, e eu acabei adicionando essa mulher mas nunca mais tinha falado com ela. Hoje somente mantenho em minha lista quem tem contato comigo com frequência" - diz Ana*.
E neste último: "Eu tenho a senha do Facebook do meu namorado. E uma das minhas amigas começou a teclar com ele em inglês, mas eu fui respondendo no lugar dele e ela nem percebeu. Fui dando corda até que um dia ela veio me contar que meu namorado não prestava porque estava no maior papo com ela. Então eu falei que a única pessoa que não prestava era ela, que além de vagaba era burra por não ter percebido que não era ele!". - diz Priscila*.
* Os nomes foram trocados para manter a privacidade.
Os Turcos que me adicionam (numa proporção menor do que as brasileiras que adicionam meu marido) estão mais interessados em praticar Português de graça. "Eu sempre pergunto se o contato é comercial tanto para homens quanto para mulheres, porque oferecemos vários serviços que podem interessar essas pessoas. Mas quando percebo que a pessoa está caçando assunto, eu bloqueio mesmo. Não temos nem tempo para o lazer direito, piorou para ficar de bate-papo com gente que nem conhecemos!" - disse meu marido Mustafa.
Dias atrás eu adicionei meu marido à conversa que um Turco tinha iniciado, em Português, alegando que queria bater-papo e fazer amizade e o foi uma sessão esculacho que o cidadão podia ter ficado sem, e ainda alegou "não saber que eu era casada". Como se essa informação tá lá estampada na primeira tela?
Gostaria de frisar aqui que somos pessoas super sociais (quem nos conhece sabe bem disso, a gente nem fica sentado um do lado do outro, interagindo cada um com um grupo diferente), gostamos de conversar sim mas aqui ninguém é idiota para não perceber má intenção. Fica a dica também pra quem quiser preservar seu relacionamento, seja namoro, noivado ou casamento, seja com Turco ou como Raimundo e Maria do começo desse post.
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Um beijo da Luci!